A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve a condenação do blogueiro Paulo Henrique Amorim ao pagamento de indenização ao jornalista Lasier Costa Martins pela publicação de matéria jornalística ofensiva no blog criado e editado por ele.
O texto considerado difamatório foi escrito por
terceiro, mas reproduzido no blog “Conversa Afiada”, voltado ao jornalismo
político.
Em primeira instância, o blogueiro foi condenado
a pagar 30 salários mínimos por danos morais. A sentença foi mantida pelo
Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS), sob o fundamento de que o
controlador do site é responsável pela informação divulgada, se esta causar
danos a terceiros.
No recurso especial, o autor do blog sustentou
que as expressões tidas como ofensivas não foram proferidas por ele.
Provedor de informação
A ministra Nancy Andrighi, relatora do recurso
especial, explicou que a atividade desenvolvida em um blog pode assumir duas
naturezas distintas: “Provedoria de informação, no que tange às matérias e
artigos disponibilizados no blog pelo seu titular; e provedoria de conteúdo, em
relação aos posts dos seguidores do blog”.
Segundo a ministra, na hipótese específica dos
autos, o “Conversa Afiada” não funcionou como um provedor de conteúdo, mas como
provedor de informação, “visto que o artigo considerado ofensivo foi inserido
no site pelo próprio titular do blog”.
Com base na jurisprudência do STJ, Andrighi
afirmou que tanto o autor da matéria quanto o proprietário do veículo de
divulgação são civilmente responsáveis pela reparação de dano derivado de
publicação pela imprensa.
Mencionou que a Súmula 221 do STJ incide sobre
todas as formas de imprensa, “alcançando, assim, também os serviços de internet
de provedoria de informação”.
Com esse entendimento, a ministra considerou que
o autor deveria ter exercido o controle editorial do blog, para evitar a
propagação de opiniões pessoais ofensivas à dignidade pessoal e profissional.
“Incontestável, pois, a responsabilidade do
recorrente pelos danos morais que o TJRS reconheceu terem sido suportados pelo
recorrido”, concluiu.
Fonte: STJ.
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