O jornalista Luiz Carlos Bordoni - responsável pela propaganda no rádio da campanha eleitoral em 2010 do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB) - diz que recebeu dinheiro do esquema do contraventor Carlinhos Cachoeira como
forma de pagamento dos serviços de publicidade. Conforme Bordoni diz em
reportagem do jornal "Estado de S. Paulo", o pagamento foi feito pela
Alberto & Pantoja Construções e Transporte, apontada pela Polícia
Federal como empresa fantasma financiada com dinheiro da empreiteira
Delta.
A reportagem informa que a Alberto & Pantoja fez depósito de R$
45 mil no dia 14 de abril de 2011 na conta da filha do jornalista, Bruna
Bordoni. O depósito, que consta nos autos da Operação Monte Carlo, se refere à metade do total de R$ 90 mil que o jornalista diz ter ficado pendente de pagamento após as eleições.
Segundo o jornalista, o responsável pelo pagamento foi Lúcio
Gouthier, assessor de Marconi Perillo. Foi Gouthier que assinou
documento que comprova o recebimento de R$ 1,4 milhão pela venda da
mansão do governador de Goiás. Ele também é suspeito de ter recebido R$
500 mil, que teriam sido enviados pelo braço direito do contraventor,
Wladimir Garcêz, ao Palácio das Esmeraldas, sede do governo goiano, em
uma caixa de computador.
Na reportagem, a assessoria de Perillo nega ter feito os pagamentos por meio da empresa.
Bordoni conta na reportagem que só se deu conta da origem ilícita do
pagamento que quando o nome da filha apareceu na quebra de sigilo da
Alberto & Pantoja. Ele resolveu fazer a denúncia, após o nome da
filha ser citado durante o depoimento de Demóstenes Torres, na
terça-feira, no Conselho de Ética.
De acordo com o "Estado de S. Paulo, Bruna chegou a ser nomeada como
assessora do senador, em 2005, e só não tomou posse por motivo de
doença.
Na terça-feira, o governador de Goiás surpreendeu os integrantes da CPI do Cachoeira ao aparecer no Congresso e se colocar à disposição para prestar depoimento. Um dia depois, a comissão aprovou a convocação de Perillo e do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT). A convocação do governador do Rio, Sérgio Cabral, no entanto, foi rejeitada.
Extraído de:
Gazeta do Povo
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