A frase é atribuída ao ministro Marco Aurélio. Matéria do JB
Online de hoje afirma também que "no Supremo Tribunal Federal, a
convivência entre os onze ministros não é nada cordial".
Na polêmica que se estabeleceu entre o seu colega de STF, ministro
Gilmar Mendes, e o ex-presidente Lula, o ministro Março Aurélio Mello
vem de tomar posição em favor do ex-presidente da República, dizendo
julgar legítimo e normal que ele manifeste sua opinião sobre a
oportunidade mais conveniente para o julgamento pelo STF dos réus do
mensalão do PT.
Admito que o ex-presidente possa estar preocupado
com a realização do julgamento no mesmo semestre das eleições. Isto aí é
aceitável disse o ministro, em entrevista à Folha de S. Paulo.
Como
noticiou a imprensa brasileira, o ministro Gilmar Mendes escolheu a
revista Veja, em sua edição do final de semana passado, para revelar
detalhes de um encontro que manteve com Lula, no apartamento do ministro
aposentado Nelson Jobim, no dia 26 de abril um mês depois do fato
original.
Março Aurélio Mello explica as razões que o levaram a
defender o direito de Lula de defender o adiamento: Primeiro, porque é
um leigo na área do direito. Segundo, porque integra o PT. Portanto, se o
processo envolve pessoas ligadas ao PT, obviamente, se ocorrer uma
condenação, repercutirá nas eleições municipais.
Segundo o
ministro Março Aurélio, juízes estão sempre dispostos a ouvir, mas
decidimos de acordo com o nosso convencimento. E acrescentou: Penso que o
ex-presidente Lula não tratou do mérito do processo-crime. O que ele
fez foi revelar que não seria bom, em termos eleitorais, o julgamento do
processo no segundo semestre de 2012.
Ainda que considere
legítimo que Lula defenda a sua opinião sobre a data de julgamento, o
ministro Março Aurélio acha que está tudo errado no encontro que o
ex-presidente e o ministro Gilmar mantiveram no apartamento de Jobim. Há
erro quanto à localização, erro quanto ao encontro em si e erro quanto
ao que foi realmente veiculado.
Sobre Gilmar ter dito que se
sentiu pressionado por Lula para atrasar o julgamento, o ministro afirma
que não entendeu o espaço de tempo entre o ocorrido, o encontro e a
divulgação do encontro.
Segundo a edição desta segunda-feira (04)
do Jornal do Brasil Online, o ministro Março Aurélio Mello admite ter
sido informado de que alguém estaria vazando informações e que Mendes se
adiantou para realmente escancarar o episódio.
Março Aurélio não
compreendeu a suposta chantagem que Lula teria feito sobre o ministro
Gilmar Mendes, como este acabou alegando. Não entendo por que cogitar-se
de proteção a Mendes. O ministro não está sendo investigado na Comissão
Parlamentar Mista de Inquérito do Congresso que investiga o bicheiro
Cachoeira e suas relações com autoridades e políticos.
Ainda
segundo o JB Online, "pelas informações que se conhecem, no Supremo
Tribunal Federal, a convivência entre os onze ministros que o compõem
não é nada cordial".
O próprio ministro Março Aurélio Mello o
reconhece, quando declara: O Supremo é composto de ilhas. Nós não temos
uma convivência social maior (...) Infelizmente, já até se proclamou que
o colegiado é um ninho de víboras.
O sistema eleitoral gera impunidade
O
ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, em discurso pronunciado
nesta última quinta-feira (31), atribuiu ao sistema eleitoral a
responsabilidade pela desonestidade de muitos políticos brasileiros.
Textualmente, declarou: Esse sistema vai na direção contrária aos valores da
Constituição Federal
porque cria uma tal situação de promiscuidade Np momento da captação
dos recursos eleitorais que ela é geradora da improbidade, seja no
momento da eleição, seja depois.
Ex-deputado federal pelo PT de
São Paulo, José Eduardo Cardozo atribuiu a sua decisão de não se
candidatar à reeleição na Câmara dos Deputados, em 2010, ao desconforto
que sentia ao ter de pedir recursos a empresários para custear as suas
campanhas.
Defensor histórico do financiamento público de
campanha, Cardozo acentuou: "Não se pode resolver o problema do nosso
sistema eleitoral mexendo apenas em aspectos secundários. O
financiamento eleitoral não pode permanecer como está.
O ministro
discursou no Seminário Nacional de Probidade Administrativa, promovido
pelo CNJ, para avaliar os efeitos da lei de Improbidade, que completa
aniversário de 20 anos de vigência.
Extraído de:
Espaço Vital
- 04 de Junho de 2012